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Anemia: conheça mais sobre a condição e sua relação com a ausência de ferro no organismo

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a anemia é um problema de saúde global que afeta a qualidade de vida de cerca de 2 bilhões de pessoas - o que representa algo como um terço da população mundial. Na maior parte dos casos (75%), é a deficiência de ferro a responsável pela sua manifestação. Por isso, para entendermos melhor como ela ocorre, precisamos antes falar sobre o ferro em si. O ferro é um elemento fundamental para a saúde humana, uma vez que ele participa de várias reações químicas dentro e fora das células do organismo. O ferro presente nos alimentos existe sob duas formas: o ferro heme, presente nas carnes vermelhas e de fácil absorção; e o ferro não heme, presente em verduras, grãos e cereais, cuja absorção depende da ação do PH ácido do estômago. Uma dieta bem equilibrada contém 10-20 mg de ferro por dia, dos quais cerca de 10% é absorvido.Mais de dois terços do conteúdo de ferro do organismo encontra-se incorporado à molécula de hemoglobina. Assim, ela é a principal fonte funcional de ferro no organismo e também seu principal depósito - o que justifica o fato de a anemia ser a manifestação clínica mais proeminente da carência de ferro.

A deficiência de ferro surge a partir do desequilíbrio entre ingestão, absorção e situações de demanda aumentada ou perda crônica do ferro. Ela pode gerar redução da capacidade funcional em vários sistemas orgânicos e está associada à alteração do desenvolvimento motor e cognitivo em crianças, redução da produtividade no trabalho e problemas comportamentais, cognitivos e de aprendizado em adultos. Em gestantes, a condição aumenta o risco de prematuridade e baixo peso, sendo responsável por 18% das complicações no parto e morbidade materna.As queixas costumam ser leves, uma vez que a anemia se instala de maneira insidiosa, gerando adaptação. Além disso, há pacientes completamente assintomáticos. Entre os sintomas mais comuns, pode-se observar palidez cutaneomucosa, fadiga, baixa tolerância ao exercício, redução do desempenho muscular, perversão alimentar ou pica (desejo e consumo de substâncias não nutritivas como gelo, terra, sabão, argila), baqueteamento digital e coiloníquia (unhas em forma de colher), atrofia das papilas linguais, estomatite angular e disfagia (formação de membranas esofágicas ou síndrome de Plummer-Vinson). O tratamento consiste na reposição oral ou venosa de ferro. No entanto, é mandatória a investigação da causa e da sua pronta correção, do contrário, a reposição é paliativa e tende a ser ineficaz no longo prazo.

O diagnóstico é feito por meio de diversos testes laboratoriais, como dosagem de ferro, ferritina, transferrina, capacidade total de ligação de ferro, zincoprotoporfirina e, talvez o principal deles, o hemograma.

Os achados do hemograma são: hemoglobina, hematócrito, VCM, HCM baixos, enquanto o RDW aumenta. As hemácias apresentam aspecto hipocrômico e microcítico, ou seja, de tamanho menor e menos “corada”, além da presença de eliptócitos (hemácias alongadas, em forma de lápis ou charuto) e codócitos (hemácias em forma de alvo).



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