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HIV: Prevenção Combinada e Populações de Risco

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um país que desenvolveu diretrizes modelo para o combate ao HIV e AIDS. #labsca #saobentodosul #rionegrinho #hiv #saude #aids #oms #brasil

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um país que desenvolveu diretrizes modelo para o combate ao HIV e AIDS. Com uma combinação de estratégias e campanhas de prevenção, aliadas ao exame e tratamento gratuito disponível na rede pública, nosso país vem apresentando, ano após ano, reduções consideráveis nas taxas de detecção de novos casos.


Estas estratégias de prevenção iniciaram já nos anos 90, com um investimento em pesquisas para identificar, naquela época, quais eram os grupos mais suscetíveis a exposição ao HIV. Posteriormente, foi desenvolvida a estratégia de prevenção combinada, aplicada até hoje no país e referência internacional no combate ao HIV.


A prevenção combinada é uma estratégia de intervenção em três níveis diferentes: comportamental, estrutural e biomédica. A nível comportamental, as intervenções são voltadas para o aumento de informação e sobre a percepção dos riscos de exposição ao HIV. As principais estratégias comportamentais são o incentivo ao uso de preservativo masculina e feminino durante as relações sexuais, o incentivo a testagem e adesão ao tratamento e também a política de redução de danos para pessoas que usam álcool e outras drogas.


No campo da intervenção estrutural, as principais ações são voltadas a fatores socioculturais que influenciam diretamente na vulnerabilidade de indivíduos ou grupos específicos, envolvendo preconceitos e estigmas, e qualquer outra forma de alienação aos direitos e garantias à dignidade humana. Neste caso, podemos citar ações voltadas para o combate ao racismo, sexismo, machismo, LGBTQfobia, além da promoção dos direitos humanos.


O último campo de intervenção é a biomédica, que engloba ações voltadas para a redução do risco de exposição direto ao HIV. Estas intervenções podem ser divididas em dois subgrupos: O primeiro representa as intervenções clássicas, que empregam métodos de barreira física ao vírus, como a distribuição de preservativos. Já o segundo representa as intervenções baseadas no uso de antirretrovirais (ARV), que incluem o tratamento clássico para soropositivos, o PEP e o PrEP.


Inicialmente, estas estratégias foram desenvolvidas para serem aplicadas em populações específicas, consideradas de alto risco. Dentre elas estavam os profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas gays e transsexuais. No entanto, o que se percebeu ao longo dos anos é que o perfil da população de risco é extremamente volúvel, sendo que já entraram e saíram deste grupo pessoas acima de 50 anos, gestantes, população carcerária, dentre outros. E, atualmente, fazem parte desta população, adolescentes e adultos entre 20 e 35 anos.


Algumas pessoas consideram preconceito apontar grupos de risco, pois gera estigma para estes e reduz a conscientização para quem não se enquadra em nenhum dos grupos. No entanto, são estes estudos e esta delimitação de perfil que guia as campanhas nacionais e os novos esforços para a prevenção do HIV.


No próximo mês, encerraremos este tema falando sobre duas estratégias de prevenção ao HIV, ofertadas gratuitamente pela rede pública, mas pouco conhecidas: o PEP e o PrEP.

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