Praias impróprias para banho e as doenças de verão

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A classificação de praia própria e imprópria para banho tem como objetivo alertar banhistas e turistas para que evitem o contato com água contaminada, reduzindo os riscos à saúde e ajudando na escolha da praia ideal para curtir as férias.

Semanalmente, os órgãos ambientais ligados ao governo divulgam boletins sobre a qualidade das praias brasileiras. Infelizmente, muitos banhistas deixam essa informação de lado e lotam as praias classificadas como impróprias no período de férias.

As amostragens realizadas levam em consideração a presença de coliformes termotolerantes, Escherichia coli e enterococos, que, em grandes quantidades, indicam a contaminação da água com dejetos e esgoto. A avaliação é feita por cinco semanas consecutivas, e, se a amostra apresentar concentração acima do permitido por mais de duas semanas ou for quatro vezes maior que o limite na última amostragem, a praia é classificada como imprópria para banho.

O contato com águas contaminadas pode causar desde infecções nos olhos, ouvidos, nariz e pele até doenças mais graves, como gastroenterite e hepatite A. A exposição a praias com água poluída ou areia contaminada traz uma série de riscos à saúde, uma vez que essas áreas podem conter bactérias, vírus, protozoários ou parasitas perigosos.

A gastroenterite, inflamação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino delgado, é uma das doenças mais comuns resultantes dessa exposição. Seus sintomas podem aparecer até dois dias após o contato com a água imprópria e incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, dor de cabeça e febre. Em casos mais graves, o tratamento pode exigir o uso de antibióticos. Crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido são mais vulneráveis.

Outras doenças que podem ser adquiridas pela ingestão de água contaminada incluem a hepatite A, uma infecção causada pelo vírus de mesmo nome (VHA), que atinge o sistema digestivo e se multiplica no fígado, provocando inflamação. Os sintomas podem ser leves ou graves, e o período de incubação varia de duas a seis semanas, muitas vezes sem sinais visíveis, mas com possibilidade de transmissão do vírus. Os sintomas clássicos incluem febre, dores musculares, cansaço, náusea e vômitos. A boa notícia é que a hepatite A pode ser prevenida com vacina.

Para reduzir os riscos de doenças, é fundamental prestar atenção aos avisos sobre a qualidade da água, como o fechamento das praias ou a indicação de águas impróprias para banho. Em locais não monitorados com frequência, prefira áreas com boa circulação de água, como praias oceânicas. Evite nadar em praias com canos de descarga visíveis ou em áreas urbanas logo após chuvas fortes.

A maioria dos banhistas é exposta a patógenos (organismos que causam doenças) ao ingerir água contaminada. Portanto, é menos provável contrair doenças ao andar ou nadar sem submergir a cabeça. Outra recomendação é manter feridas abertas longe da água, já que é possível contrair infecções apenas com o contato da água poluída na pele ou nos olhos.